PSD insiste no "contrato fiscal" mas não adianta o resto das medidas do programa de governo

Gabinete de Estudos dos sociais-democratas não levanta o véu sobre as propostas para o país. Rogério Gomes revela apenas intenção de reduzir impostos, em particular o IRC.
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A conferência de imprensa na Rua de S. Caetano à Lapa estava convocada para que o diretor do Gabinete de Estudos do PSD, Rogério Gomes, adiantasse algumas "ideias estruturais" dos sociais-democratas para o futuro programa do governo, mas aquilo que se ficou a saber foi apenas... o que já se sabia, isto é, que o partido insiste num "contrato fiscal" com os portugueses para a próxima legislatura.

Rogério Gomes disse que o Gabinete de Estudos já recolheu "550 contributos" (de independentes, de militantes, das Mulheres Sociais-Democratas, dos Trabalhadores Sociais-Democratas e da JSD) desde outubro e que o grupo que lidera está prestes a "encerrar a primeira grelha para o programa de governo".

Ora, questionado pelos jornalistas sobre propostas concretas que estivessem sobre a mesa (ou já fechadas), o dirigente social-democrata observou que a intenção é "reduzir a carga fiscal que impende sobre os portugueses", pois, notou ainda, a ideia passa por promover o crescimento e reduzir desemprego no país. Com o IRC à cabeça, reforçou Rogério Gomes.

"O PSD vai dizer claramente o que é possível fazer nos próximos quatro anos. Connosco não haverá obsessões eleitorais que levem a aumentar ordenados na função pública e pensões para um ano depois voltarmos atrás", atirou, numa farpa ao PS.

Interrogado sobre se a direção de Pedro Passos Coelho lhe tinha pedido que refletisse ou inscrevesse propostas no documento que está a ser desenhado sobre uma possível revisão constitucional ou sobre a reforma do sistema político, o diretor do Gabinete de Estudos não quis abrir o jogo e salientou apenas que foi dada "ampla autonomia" àquele órgão.

Com o desenho do programa aberto a contributos externos, os jornalistas perguntaram qual a diferença em relação a semelhante iniciativa dos socialistas. Aí, renovaram-se os ataques. Rogério Gomes vincou que no PSD exista uma "estrutura sólida" a levar a cabo este debate e que no programa "laranja" "não há 55 medidas, algumas contraditórias entre si".

Nos próximos tempos, o documento que emanar do Gabinete de Estudos vai ser apreciado pela Comissão Política Nacional do PSD, ao mesmo tempo que será levado a discussão nas assembleias distritais do partido.

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